O DESAFIO DA CULTURA ORGANIZACIONAL EM TEMPOS COMPLEXOS
As mudanças, transformações e transições fazem parte do processo
evolutivo da raça humana, e de nosso habitat. Porém, nas últimas décadas temos
visto essas mudanças acontecerem em uma velocidade nunca antes contemplada.
Desde a Primeira Revolução Industrial, que teve início na Inglaterra no século XVIII até meados do século XX, as mudanças foram gigantescas, tanto nas indústrias, comércios, empresas e instituições de modo geral. Um processo de expansão e evolução impar, tudo isso refletindo diretamente no modo de viver de cada ser humano. Segundo Yuval Noah Harari em seu Best Seller - Sapiens - (2020, p. 372):
“Desde a Revolução Industrial, a população humana cresceu mais rápido que nunca. Em 1700, o planeta era habitado por cerca de 700 milhões de humanos. Em 1800, já éramos 950 milhões. Por volta de 1900, o total havia quase dobrado, chegando a 1,6 milhões; e em 2000 havia quadruplicado para 6 bilhões. Hoje existem perto de 7 bilhões de sapiens.”
Entretanto, a velocidade dessas alterações, ainda que admiráveis e
colossais, eram de uma certa forma, cadenciadas e previsíveis.
Contudo, as últimas décadas do século XX e início do século XXI, foram
palco de transformações extraordinárias em todas as áreas de nossa existência e
principalmente no campo tecnológico digital. No entanto, um fato tem chamado a
atenção de todos: a velocidade que as mudanças estão acontecendo é sem
precedentes!
E nesse cenário de intensas transformações, estão organizações
empresariais. Instituições formadas, desenvolvidas e sustentadas por pessoas,
que funcionam por causa delas e existem para, basicamente, fornecerem produtos
e/ou serviços que atendam necessidades humanas. Necessidades de... pessoas!
Cada Organização tem sua Cultura, que são os princípios norteadores de
como as atividades são desenvolvidas pelas pessoas da corporação. Essa cultura
difere de empresa para empresa. O que não difere é um ponto específico:
Independentemente do fato de ser de conhecimento da direção e/ou colaboradores,
ou não, desenvolvida e levada a sério, ou não, toda empresa tem a sua Cultura
Organizacional. Umas mais desenvolvidas, disseminadas e esclarecidas que
outras, porém, todas tem a sua própria Cultura! O “jeitão” de se fazer as
coisas.
O ano de 2020 marcou a história e a vida das pessoas, famílias, e
empresas. Muitas, dessas empresas, conseguiram resistir e adaptarem-se ao novo
cenário. Outras, infelizmente deixaram de existir por conta de tudo que estamos
vivendo. Talvez, não estavam preparadas e estruturadas para as mudanças que
ocorreram e continuam ocorrendo tão depressa. 2020 será um balizador, um
divisor de estudos das próximas gerações. Todavia, não será lembrado somente
como o ano da Pandemia. Também será conhecido como o ano da aceleração das
mudanças. O que já estava rápido, agora ficou frenético! De alguma forma,
“apertaram o Botão Turbo” das mudanças e o mundo não será mais o mesmo.
Assim sendo, uma pergunta importante é: “Como as organizações podem ser
competitivas e estarem preparadas para um cenário tão imprevisível e cheio de
mudanças?”
O Mestre em Finanças, escritor e palestrante Gustavo Cerbasi, em uma de
suas publicações recentes em suas redes sociais (Instagram - 11/03/2021), faz
uma ponderação muito inteligente sobre a Indústria Automobilística que cabe
muito bem para qualquer empresa que deseja estar preparada em tempos de
mudanças:
“Talvez a pandemia tenha acelerado o processo. O esfriamento da economia levou a indústria a refazer planos. Toda parada é uma grande oportunidade para nos reorganizarmos. Começamos 2021 com anúncios de fechamento de fabricas e com alguns fabricantes anunciando o encerramento da produção de motores a combustão. Alguns em cinco, outros em dez anos, a quase totalidade nas próximas três décadas. Você talvez não saiba, mas seu próximo carro deve ser híbrido, se não for 100% elétrico. Afinal, automóveis que “apagam” quando parados utilizam baterias para não deixar o motorista na mão ao arrancar. Há até pouco tempo, eu romantizava que meus filhos aprenderiam a dirigir em carros com embreagem, para uma lição mais completa. Hoje, já me convenci de que não precisarão contar com o câmbio. Nem com o motor. Meus filhos devem aprender a dirigir já na nova tecnologia, pois será a única viável dentro de dez ou quinze anos.”
Uau! Oque um dia era indispensável, daqui a algum tempo não será mais
viável!
Para serem competitivas em tempos de tantas mudanças, é de suma
importância que as organizações reorganizem-se. E nesse processo, a Cultura
Organizacional é um fator de extrema importância. Culturas fortes, geram
organizações fortes! E empresas são formadas por pessoas. Colaboradores
engajados com a Cultura de sua organização, tornam-na cada vez mais forte e
competitiva!
Obrigado
Osvaldo Neto
Comentários
Postar um comentário